Tenho refletido muito sobre a língua
portuguesa nos últimos dias. Comecei, então, a observar e estudar com mais
atenção as pessoas e o modo como se comunicam. Com isso, vi que a distinção
entre cada fala ou cada comentário no Facebook e a tal norma culta da língua
portuguesa é, de fato, gritante. Se esta última diz que logo ali é o lugar dos
pronomes, era lá, bem distante, que eu os encontrava. Se o acento agudo,
segundo a gramática tradicional da língua, fazia-se necessário em certa palavra,
, como em “é”, percebia nada mais nada menos do que um “h” tomando o seu lugar,
surgindo, então, um “eh”.
Percebi, assim, que aqueles que não
sabem escrever em ao menos um idioma são apenas os não alfabetizados. Pude
encontrar, também, duas respostas que explicam muito bem o motivo de alguns
brasileiros não saberem falar português: ou são mudos ou bebês! Fora estes,
todo e qualquer cidadão domina sua língua-mãe e faz desta seu principal meio de
comunicação, simplesmente porque é esta a função do idioma. Saber falar
português vai muito além de decorar as regras ilógicas, arcaicas e dispensáveis
que já não significam mais do que a regressão para um português ultrapassado. Afinal,
quem ainda assiste A um filme?
Querer atribuir uma noção de certo e
errado em relação a um fenômeno tão complexo como o idioma é querer compará-lo
com a matemática e limitá-lo por regras fixas. Só que a língua não é uma
ciência exata...
Língua também não é jogo, não é
futebol, mas há ainda quem pergunte a um qualquer “Arnaldo César Coelho” o que
pode e o que não pode em se tratando de linguagem. Língua é, sim, cultura, e
cultura em mutação. É um grande monstro que a cada dia que passa toma um
formato mais ousado e diferente, sendo delimitado apenas por suas curvas muito
flexíveis, as quais qualquer falante é capaz de moldar.
Peço desculpas aos senhores
gramáticos e aos senhores tradicionais e “contemporâneos” de Luís Vaz de
Camões, mas o português evoluiu... E o monstro da língua engoliu vocês!
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