O filme Cidadão Kane de Orson Welles, produzido em
1941 é o primeiro filme pós-folhetim do cinema. Ele rompe com a estética
romântica e mostra ao mundo que o cinema pode ser uma forma de expressão
artística de massa.
O diretor utiliza uma técnica cinematográfica
inovadora, como a narrativa não linear, o tempo não cronológico, a profundidade
de campo e o jogo de sombras. Além disso, o roteiro apresenta uma grande
liberdade de expressão, uma nova linguagem e uma complexidade do personagem
principal. Logo, podemos dizer que este filme após 71 anos não envelheceu, pois
apresenta inúmeras características do cinema contemporâneo.
O filme mostra a vida do magnata da imprensa
Charles Foster Kane sob diferentes pontos de vista. Inicia-se a película com
uma filmagem lentamente do portão do palácio de Kane, mostrando a placa de
proibida a entrada e então a câmera adentra o palácio quando há um foco nos
lábios de Kane ao dizer “Rosebud” e cair morto no chão. A partir de sua morte o
jornalista Thompson por meio de entrevistas com as pessoas mais próximas a Kane
tenta descobrir por que aquela foi a última palavra do magnata. Através de
“Rosebud”, Thompson quer decifrar todos os segredos que não foram revelados ao
longo da vida de Kane e nós telespectadores ao assistir o filme tentamos fazer
a mesma descoberta. Porém, depois de invadir a privacidade de Kane o jornalista
não descobre o que quer dizer da palavra “Rosebud”. No final do filme, volta a
aparecer a placa de proibida a entrada, nos remetendo a analisar a ironia que
existe entre ela, pois ao longo do filme a ignoramos para poder obter o
significado de tal palavra.
Thompson
não conseguiu descobrir o significado de “Rosebud”, porém nós telespectadores,
atentos, ao final do filme percebemos essa palavra materializada em um símbolo
da infância de Kane. Portanto, podemos afirmar que “Rosebud” representa o que
temos de mais profundo em nossos corações, nossos sonhos, nosso ideal de felicidade.
E que foi isso que Kane buscou ao longo de sua vida.
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