Já são cinco horas da
tarde, eu na parada esperando meu querido ônibus, e lá vem ele, o famoso t1,
ele vem cambaleando, com aquele balançar de bêbado todo capenga e para variar
um pouco, lotado.
Com a aproximação do
ônibus começa a se formar aquela enorme fila com gente de tudo que é tipo, me
sinto como um boi a caminho do abate á medida que vou subindo as escadas,
daquilo que é só o começo de uma longa jornada de “encoxação''. Assim, desde
que comecei a pegar o t1, mudei minha concepção sobre abuso sexual e sobre as
leis da física, a proximidade física com as pessoas é tamanha,provando não só
que dois corpos ocupam o mesmo espaço, como também, que mais de sessenta
pessoas podem caber no mesmo ônibus, tudo se revolve na famosa frase no
cobrador: "Só mais um passinho à frente pessoal".
E assim começa a longa jornada até o meu destino, se
passam duas paradas e eu ainda atrás da roleta, o fedor de desodorante vencido
fica cada vez mais insuportável e pra piorar uma gritaria no ônibus que não me
deixa nem ouvir meus pensamentos. Aproximo-me do meu destino, puxo a corda e me
aventuro pelo corredor totalmente lotado, a mochila, já se transformou em um
“sacolão” de tão amassada que fica, e finalmente consigo parar na frente da
porta e descer, apesar
do suor no rosto, da roupa toda amassada, tento me arrumar. Tudo em vão porque
não há mais tempo, o próximo ônibus já está chegando.
Lucas Borin
Nenhum comentário:
Postar um comentário