Em
recente Pesquisa de Satisfação Social com os Órgãos Públicos, realizada pelo IBOPE
evidenciou-se o que já era de domínio público: a população brasileira se mostra
cada vez mais descontente com os serviços públicos prestados à comunidade.
Visto que é encargo de sua excelência gerir nosso país, escrevo esta carta com
o intuito de demonstrar, com base na pesquisa anteriormente citada e na opinião
geral da população, as incoerências do serviço público e, de igual forma, formalizar
uma análise dos pontos fortes a serem explorados do mesmo.
O
ponto nevrálgico é a estabilidade que o funcionário público dispõe. Isto gera
uma dualidade de opiniões, pois o aspecto mais criticado pela sociedade é o
alto índice de ócio no funcionalismo público, que acontece exatamente devido à
estabilidade que o cargo proporciona. Em contrapartida, há o forte argumento de
que é essencial proporcionar a estabilidade para garantir a independência do
servidor de órgãos de fiscalização e de investigação, por exemplo.
Em diversos órgãos
governamentais o que se percebe são processos incrivelmente burocráticos, que
obrigam até mesmo os funcionários que querem trabalhar a se submeterem ao ritmo
das etapas mais lentas do processo. Isto acontece, por exemplo, no Banco
Central. Conforme relato de um funcionário, todo o trabalho de uma seção tem de
ser supervisionado e revisado por um único chefe, que, no caso deste senhor,
era extremamente omisso e despreocupado, gerando um atraso na realização de
novos trabalhos.
Contudo, neste mesmo
país, no qual os Partidos Políticos e o Congresso Nacional possuem índices de
satisfação de 28 e 35 pontos respectivamente, ainda há órgãos públicos
atingindo altos níveis de reconhecimento, vide o exemplo da Polícia e das
Forças Armadas, que atingem a pontuação de 55 e 72, respectivamente. Vai a
pergunta: Se comprovadamente os
representantes do povo, que detém o poder no país, são de uma índole tão
infame, como um delegado poderia realizar, sem a estabilidade proporcionada ao
funcionalismo público, uma investigação à família de um destes senhores?
A sociedade brasileira espera do serviço público,
principalmente, resultados. Logo, minha sugestão como cidadão brasileiro é que
se mantenha a estabilidade do servidor público e que se implante, a exemplo da
iniciativa privada e de órgãos eficientes como a Receita Federal (maior fonte
de renda para o governo no Balanço de Serviços), um método de trabalho por metas
atingidas ou superadas, podendo haver bonificações por metas superadas. Como já
dizia Frederick Taylor, o interesse do patrão e do funcionário são os mesmos:
uma melhor remuneração. No caso brasileiro o interesse seria triplo, do
governo, que alcançará maior eficiência e menores gastos, do bom funcionário
que passará a ganhar mais e da sociedade que poderá visualizar melhores
resultados e terá à disposição um serviço mais qualificado.
Por Thiago Schimitt
Por Thiago Schimitt
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