quinta-feira, 28 de junho de 2012

Cara presidente Dilma Rouseff,

            Em recente Pesquisa de Satisfação Social com os Órgãos Públicos, realizada pelo IBOPE evidenciou-se o que já era de domínio público: a população brasileira se mostra cada vez mais descontente com os serviços públicos prestados à comunidade. Visto que é encargo de sua excelência gerir nosso país, escrevo esta carta com o intuito de demonstrar, com base na pesquisa anteriormente citada e na opinião geral da população, as incoerências do serviço público e, de igual forma, formalizar uma análise dos pontos fortes a serem explorados do mesmo.
            O ponto nevrálgico é a estabilidade que o funcionário público dispõe. Isto gera uma dualidade de opiniões, pois o aspecto mais criticado pela sociedade é o alto índice de ócio no funcionalismo público, que acontece exatamente devido à estabilidade que o cargo proporciona. Em contrapartida, há o forte argumento de que é essencial proporcionar a estabilidade para garantir a independência do servidor de órgãos de fiscalização e de investigação, por exemplo.
Em diversos órgãos governamentais o que se percebe são processos incrivelmente burocráticos, que obrigam até mesmo os funcionários que querem trabalhar a se submeterem ao ritmo das etapas mais lentas do processo. Isto acontece, por exemplo, no Banco Central. Conforme relato de um funcionário, todo o trabalho de uma seção tem de ser supervisionado e revisado por um único chefe, que, no caso deste senhor, era extremamente omisso e despreocupado, gerando um atraso na realização de novos trabalhos.
Contudo, neste mesmo país, no qual os Partidos Políticos e o Congresso Nacional possuem índices de satisfação de 28 e 35 pontos respectivamente, ainda há órgãos públicos atingindo altos níveis de reconhecimento, vide o exemplo da Polícia e das Forças Armadas, que atingem a pontuação de 55 e 72, respectivamente. Vai a pergunta:  Se comprovadamente os representantes do povo, que detém o poder no país, são de uma índole tão infame, como um delegado poderia realizar, sem a estabilidade proporcionada ao funcionalismo público, uma investigação à família de um destes senhores?   
A sociedade brasileira espera do serviço público, principalmente, resultados. Logo, minha sugestão como cidadão brasileiro é que se mantenha a estabilidade do servidor público e que se implante, a exemplo da iniciativa privada e de órgãos eficientes como a Receita Federal (maior fonte de renda para o governo no Balanço de Serviços), um método de trabalho por metas atingidas ou superadas, podendo haver bonificações por metas superadas. Como já dizia Frederick Taylor, o interesse do patrão e do funcionário são os mesmos: uma melhor remuneração. No caso brasileiro o interesse seria triplo, do governo, que alcançará maior eficiência e menores gastos, do bom funcionário que passará a ganhar mais e da sociedade que poderá visualizar melhores resultados e terá à disposição um serviço mais qualificado.


Por Thiago Schimitt

Nenhum comentário:

Postar um comentário