quarta-feira, 11 de julho de 2012


Cidadão  Kane

 Carolina Schroeder

O filme é um relato da vida do magnata da imprensa estadunidense, Charles Foster Kane, a partir da sua morte no ano de 1941. Dentro desse contexto, o filme apresenta uma crítica implícita ao capitalismo, nas cenas que mostram o seu castelo Xanadu e o tamanho absurdo do seu acervo de obras de arte, e uma crítica explícita ao poder da mídia sob a sociedade da época, como exemplo o impacto que o escândalo extraconjugal causou em sua campanha eleitoral. Apesar de se tratar de um filme do início da década de 1940, ele tem uma temática muito atual, comparável a histórias de vida de magnatas de vários setores, inclusive brasileiros.
O roteiro desenrola-se quando um repórter é incumbido de encontrar o significado da palavra Rosebud, última palavra dita por Kane em seu leito de morte, a partir de entrevistas a familiares e conhecidos de Kane. O filme segue uma lógica não-cronológica que envolve os espectadores até o final, sendo seu grande triunfo a beleza das imagens (fotografia) e a ironia com que a trama, do homem rico que tinha tudo e que acaba sozinho e isolado, é contada.
Considerado um dos melhores filmes já lançados, Cidadão Kane, na minha concepção, peca em não explorar mais o contexto mundial da época, deixando no ar a influência que os jornais de Kane tiveram na construção da opinião pública a respeito da política internacional dos Estados Unidos, durante a 2ª Guerra Mundial. Ao mesmo tempo, reconheço e ressalvo a importância do filme como um marco na história do cinema mundial por ser crítico e questionador e não seguir o modelo das histórias com final feliz que até então persistiam.

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