Cidadão Kane
Carolina Schroeder
O filme é um relato da vida do magnata da
imprensa estadunidense, Charles Foster Kane, a partir da sua morte no ano de
1941. Dentro desse contexto, o filme apresenta uma crítica implícita ao
capitalismo, nas cenas que mostram o seu castelo Xanadu e o tamanho absurdo do seu
acervo de obras de arte, e uma crítica explícita ao poder da mídia sob a
sociedade da época, como exemplo o impacto que o escândalo extraconjugal causou
em sua campanha eleitoral. Apesar de se tratar de um filme do início da década
de 1940, ele tem uma temática muito atual, comparável a histórias de vida de
magnatas de vários setores, inclusive brasileiros.
O roteiro desenrola-se quando um repórter é incumbido
de encontrar o significado da palavra Rosebud,
última palavra dita por Kane em seu leito de morte, a partir de entrevistas
a familiares e conhecidos de Kane. O filme segue uma lógica não-cronológica que
envolve os espectadores até o final, sendo seu grande triunfo a beleza das
imagens (fotografia) e a ironia com que a trama, do homem rico que tinha tudo e
que acaba sozinho e isolado, é contada.
Considerado um dos melhores filmes já lançados,
Cidadão Kane, na minha concepção, peca em não explorar mais o contexto mundial da
época, deixando no ar a influência que os jornais de Kane tiveram na construção
da opinião pública a respeito da política internacional dos Estados Unidos,
durante a 2ª Guerra Mundial. Ao mesmo tempo, reconheço e ressalvo a importância
do filme como um marco na história do cinema mundial por ser crítico e
questionador e não seguir o modelo das histórias com final feliz que até então
persistiam.
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