quarta-feira, 11 de julho de 2012

(in)Definição de Arte


Desde os tempos mais remotos a arte se faz presente na vida dos seres humanos. Pinturas rupestres, esculturas, monumentos, construções, enfim, inúmeras formas de expressão artística podem ser citadas. Nesse contexto, é inegável o poder que esta possui de encantar, fazer sorrir, refletir e provocar diferentes emoções.
Gostaria de analisar, contudo, o caso da arte contemporânea. Essa que nos apresenta pinturas belíssimas, esculturas magníficas, obras consagradas, mas também desvarios como um urinol de louça (‘‘A Fonte’’ Marcel Duchamp) e cães deixados a morrer de fome (‘‘Exposición nº 1’’ Guillermo Habacuc – artista que deixou um cão de rua morrer de fome, à vista do público).
Não sou especialista no assunto, mas não é preciso que o seja para perceber que nomear objetos banais ou tirar a vida de animais não é algo artístico e sim absurdo, por mais amplo que o sentido de arte seja. Frente a revoluções tecnológicas e a novas formas de pensar e agir, ainda preservo um pensamento que pode ser dito um tanto conservador, de que a arte deve fazer algum sentido, não só para o autor, mas também para o público. Contudo, não acho antiquado dizer que criar não é só inventar algo inusitado e fora do habitual, não acho convencional dizer que a arte deve apresentar algo único e com qualidades de utilidade ou de apreciação visual.
Aqueles, com uma mente menos casual, podem alegar que nesse meio tudo pode ser considerado belo, ou que a partir de uma análise mais profunda, tais obras possuem um significado sim, basta refletir a respeito. Não consigo, entretanto, encontrar fundamento em casos como esses, que em minha opinião são desprovidos de talento e contam apenas com uma imaginação bastante ampliada. Uma madeira rachada ou latinhas enferrujadas (obras de Joseph Beuys), por exemplo, constituem banalidades, destroços, e não uma criação digna de análises, avaliações, críticas e olhares.
Não pretendo estabelecer um certo e um errado, um bonito e um feio. Apenas gostaria de entender a necessidade dos ditos ‘‘artistas’’, de apresentar tais mediocridades ao seu público.
A estes artistas ficam os questionamentos: Qual a pretensão em expor tais obtusidades? Onde está a arte nestas obras? Até onde é aceitável que se chegue para expressar o que se pensa? A ética não é mais utilizada na escola artística vigente?

Alice Garcia

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